Meu avô é burro
Não sei se ele é burro
Mas meu avô não é inteligente
Não sei se ele não é inteligente
Mas o meu avô é esquecido
Ah, isso sim, ele é esquecido
Muito esquecido
Muito
Ele não consegue lembrar do número do telefone
Do amigo dele
Não sei quem é o amigo
Mas deve ser importante
Só não sei por que ele sempre se esquece
Já que é tão importante
Ele deve ser muito esquecido mesmo
Porque ele escreveu esse número no braço
Então ele é esquecido
Não sei por que ele escreveu no braço
Ele podia ter escrito num papel
Não sei porque ele não escreveu num papel
Já que é tão importante
Ele não deve ser muito inteligente
Porque ele escreveu muito forte
Então ele não é muito inteligente
Não sei por que ele escreveu tão forte
Mesmo sendo importante
Ele deve ser burro
Porque a tinta da caneta não sai
Ele é meio burro, então
Não sei porque ele usou uma tinta que não sai
Só porque é importante
Ele não me parece burro
Ele até me parece inteligente
E agora que eu penso
(Cá entre nós)
Ele não costuma a se esquecer das coisas
Só desse número
Que ele escreveu
A caneta
Com tinta forte
No braço
domingo, 30 de março de 2008
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3 comentários:
Belíssimo poema !
É um poema de amor ao avô.
Parabéns !
Laura
Gostei muito!!!!!!!
lindo!!!
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