na integra em :http://vidasmarranas.blogspot.com/2008/01/os-beta-israel-e-luta-pela-incluso-em.html
Em um pais de extensao territorial limitada, quase 70% de suas terras compreendendo desertos ,tem sido miraculoso e herculeo o esforço para a absorçao tambem de imigrantes , judeus da diaspora ,levas que nos ultimos 15 anos tem causado grande impacto na sociedade israelense.Israel tem primado em receber imigrantes das mais variadas partes do mundo. Em uma sociedade plural e que congrega judeus de todos quadrantes do planeta,a pequena pátria cosmopolita e ETERNA ERETZ ISRAEL( Chai am Israel),dentre seus habitantes judeus de origem mizrahi,sefarad, asquenazita ,falashim,coraichita e sabra ;além de arabes cristaos ,drusos e muçulmanos; circassianos, estima- se que haja hoje cerca de 250 mil estrangeiros não judeus em trabalho temporario em Israel.
Neste caleidoscopio humano as vezes noticias exoticas ou simplesmente ruins nos saltam aos olhos. Ha alguns meses fora a de neonazistas de origem russa (vindos da leva de 'judeus russos',hoje cerca de 1 milhao em Israel entre judeus pela halaká ou pela lei de direito de Retorno) aprontando em ruas de Jaffo e suburbios de Tel Aviv .Embora outras como o processo de cotas para a admissao de cidadaos arabes ,esforço para a educaçao e inclusao de drusos e beduinos, pouco é valorizado na midia. Sabemos que em Israel não funciona uma democracia perfeita,mas ativistas e a forte autocritica israelense tem se esforçado em prol disto. Desta recentemente em matéria publicada no jornal israelense Haaretz ,uma denuncia a discriminação racial que atinge estudantes judias negras, vindas da Etiópia, em colégio primário na cidade de Petach Tikva, para onde foram enviados a maioria dos que emigraram do país africano para Israel. Cabe salientar aqui que a absorçao em massa ao pais o foi a duras penas, uma vez que o pais obrigou-se a criar estruturar para a alocaçao de milhares de imigrantes em curto periodo de tempo.
"O Ministério da Educação abandonou os filhos de imigrantes da Etiópia. Todos os cidadãos merecem receber educação igual", afirmou Abraham Nagosa, líder da comunidade dos etíopes em Petach Tikva.O Banco de Israel liberou um informe onde se diz que os trabalhadores de origem etíope ganham, em média, metade dos salários da média dos trabalhadores do país. 52% das famílias dos etíopes são pobres. A maioria de seus integrantes em idade de trabalhar está desempregada. A comunidade etíope, que está em 1,4% da população, contribui com mais de 16% do total de israelenses abaixo da linha de pobreza.
Os judeus etíopes , ou chamados falashas constituem uma minoria em Israel, antes de comentarmos esse fato, é interessante conhecermos um pouco da fantástica história sobre os falashas, publicado na revista Morashá, escrito por Asher Naim.
Por quase 3.000 anos, os judeus negros da Etiópia, conhecidos como falashas(tom de diferenciaçao dado a estes pela populaçao etiope) e que se auto-denominam Beta Israel mantiveram sua fé e identidade lutando contra a fome, a seca e as guerras tribais. Acredita-se que eles faziam parte de uma das dez tribos perdidas, e houve grande mitificaçao quanto a seus ancestrais remontarem ao rei Shlomo e à rainha de Sheba (Sabá).Segundo historiadores a presença destes no planalto etiope ja conta bem antes disto.
Em maio de 1991, os falashas protagonizaram um êxodo milagroso. Com a Etiópia envolvida em profunda e brutal guerra civil, 14.200 membros dessa comunidade foram transportados de avião para Jerusalém pelas Forças de Defesa de Israel. A operação durou 25 horas.
O herói que idealizou e organizou o incrível resgate foi o então embaixador de Israel na Etiópia, Asher Naim. A epopéia foi narrada no livro Saving the lost tribe, lançado este ano, no qual Naim relata com humor e conhecimento de causa a ação que se tornou conhecida como Operação Salomão.
No outono de 1990, quando foi nomeado pelo governo israelense para o cargo de embaixador em Adis Abeba, sua identificação com os judeus etíopes foi imediata. Ele queria dar continuidade à chamada Operação Moisés, implantada em 1985 pelo serviço secreto israelense, o Mossad, em conjunto com a agência norte-americana CIA que, durante três anos, tentou tirar do país 14 mil falashas através do Sudão, levando-os de barco para Israel. O sucesso daquela operação foi relativo, pois na época, só oito mil pessoas conseguiram fugir; o restante adoeceu na viagem e muitos voltaram à Etiópia. Muitas famílias foram, assim, separadas.
História dos falashas
Em 1860, missionários britânicos que viajavam pela Etiópia foram os primeiros ocidentais a encontrar a tribo dos falashas, ficando surpresos ao ver as faces queimadas com traços semitas e que praticavam o judaísmo. Os membros dessa comunidade observavam o Shabat, mantinham rígidas leis rituais da forma como eram descritas na Torá.Pouco tempo depois, o estudioso judeu Joseph Halevy decidiu conhecê-los pessoalmente. Seria possível que esses judeus fossem parte de uma das tribos de Israel, perdidas há muito, foragidas do Primeiro ou Segundo Templo? Halevy foi recebido com curiosidade e desconfiança pelos nativos, que lhe perguntavam: O senhor, judeu? Como pode ser judeu? O senhor é branco!
Mas quando Halevy mencionou a palavra Jerusalém, todos se convenceram. Os falashas haviam sido separados de outros judeus por milhares de anos. Nenhum deles jamais saíra de seu vilarejo. No entanto, todos acalentavam um grande sonho, vindo de gerações passadas: voltar para Jerusalém. Os judeus da Etiópia sofriam as mesmas discriminações que os demais, na diáspora.
No início de 1970, havia um grupo organizado dos Beta-Israel que queria emigrar para Israel, apesar de seus membros ainda não serem considerados judeus, não tendo, portanto, direito a fazer aliá. Uma centena de falashas já vivia em Israel, onde começou um movimento liderado por um iemenita judeu nascido na Etiópia, Ovadia de Tzahala, que fizera aliá em 1930 e que tinha parentes entre os falashas. Por isso, pressionava- os a emigrar para Israel.
Operação Salomão
Em 1990, enquanto as forças rebeldes avançavam contra o ditador etíope Mengistu Haile Mariam (o açougueiro de Adis), foi ficando claro que os falashas seriam exterminados, a não ser que con-seguissem deixar o país. Asher Naim, excelente mediador, trabalhou em vários campos simultaneamente. Negociava com Mengistu, coordenava logística e estratégias com os militares israelenses e arrecadava doações, freneticamente, através de contatos nos Estados Unidos.
No dia 23 de maio de 1991, decidiu que havia chegado a hora de convocar a Força Aérea Israelense: a Ope-ração Salomão devia come-çar imediatamente. O ditador Mengistu aceitara as con-dições, mediante pagamento em espécie e impondo segredo absoluto.
Diante da embaixada israelense, milhares de falashas se acotovelavam, prontos para partir. Os primeiros aviões israelenses aterrissaram no aeroporto de Adis Abeba e uma equipe de comandantes muito bem preparados se posicionou para proteger a missão a qualquer custo.
No total, 14.200 emigrantes foram levados da cidade para o aeroporto Ben-Gurion, em Tel Aviv. Trinta e cinco aviões militares e civis fizeram 41 vôos. Em um dado momento, havia 28 aviões no ar. Um dos Jumbos, que normalmente poderia levar 500 passageiros, transportou de uma só vez 1.087 pessoas, num feito anotado no livro de recordes Guinness.
Para Asher Naim, o resgate dos judeus etíopes foi de importância vital. Ele queria liberar seus irmãos de um ditador tirano e assim assegurar a sobrevivência dessa tribo. Ajudando os falashas a voltar para Jerusalém, Naim chegou a um novo e profundo entendimento do verdadeiro significado de fé, de identidade e da luta para superar as adversidades. No seu livro, cita uma frase de Bernard Raskas: D'us não quer que façamos coisas extraordinárias. Ele quer que façamos coisas ordinárias, de forma extraordinária…
Em Israel, a adaptação dos imigrantes tem sido bastante difícil. A maioria era muito jovem e sem cultura nenhuma, sofrendo rejeição por causa de sua cor. Vários programas de institutos americanos e judaicos têm desenvolvido projetos especiais de educação intensiva para as crianças, como por exemplo, a escola Beth Zipora, no sul de Israel. O programa foi implantado por Elie Wiesel e ministra cursos de inglês e computação. O sonho dos judeus etíopes é formar líderes, médicos, engenheiros e até generais. O governo israelense tem feito campanhas para angariar fundos para sua absorção e sobrevivência, a fim de não deixá-los voltar ao mesmo ciclo de empobrecimento, amargura e desespero de seu passado na África.
Como vimos, os judeus da Etiópia são tão judeus quantos askenazitas,mizrahis ou sefaradis . Não podemos conceber, que após o reconhecimento da condição judaica dos judeus Etíopes por parte de Israel, parte velada de uma minoria judaica , os tratem de forma diferenciada. Aliás, Israel foi o único país que retirou negros da África para lhes dar a vida, conforto, estudo, trabalho e dignidade. Não há nenhum povo no mundo que tenha experimentado e vivenciado os horrores da discriminação racial, como o povo judeu, portanto, isso é abominável, e deve ser combatido com rigor; aliás não só em relação aos falashas, mas também em relação aos palestinos. Até porque aos olhos de D-us todos são iguais.
Não há racialismo em nosso lar! Chai am Israel.
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Um comentário:
Por que nao:)
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